Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
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Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima

O cenário de tratamento de primeira linha do carcinoma de células renais avançado segue se modificando nos Estados Unidos com a aprovação de novas opções terapêuticas. Em 14 de maio, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o tratamento com a combinação do antiangiogênico oral axitinibe associado ao anticorpo monoclonal anti-PDL-1 avelumabe para os pacientes com carcinoma de células renais irressecável ou metastático baseado nos dados do estudo de fase III JAVELIN Renal 101. 19_Noticia75_Fig01 No estudo JAVELIN Renal 101, 886 pacientes foram randomizados para receberem tratamento sistêmico de primeira com a combinação de axitinibe + avelumabe ou sunitinibe em uma razão 1:1. O objetivo primário do estudo foi atingido, demonstrando que na população PDL-1 positivo (63,2% dos pacientes) o tratamento combinado foi capaz de promover uma redução de 39% no risco relativo de progressão de doença ou morte quando comparado a sunitinibe (HR=0,61; IC de 95%: 0,48-0,79; p<0,0001). Destaca-se também a taxa de resposta superior nessa população selecionada, 55,2% versus 25,5%. Quando analisados os pacientes por intenção de tratamento,           um dos objetivos secundários do estudo, também foi demonstrado o benefício em sobrevida livre de progressão promovido pelo tratamento combinado (HR=0,69; IC de 95%: 0,56-0,84; p=0,0002), bem como em taxa de resposta (51,4% versus 25,7%). Os dados de sobrevida global ainda são imaturos nessa análise dos dados. No tocante a segurança, o tratamento com axitinibe + avelumabe foi associado a uma taxa de eventos adversos de graus igual ou superior a 3 em 71,2% dos pacientes, destacando-se como eventos adversos comuns diarreia e hipertensão. Dr. Fabio Schutz, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destaca: “o FDA aprovou há poucos dias atrás mais uma nova opção de tratamento sistêmico para pacientes com carcinoma de células renais (RCC) tipo células claras metastático: avelumabe associado com axitinibe. Diferentemente do nivolumabe e do pembrolizumabe (anti-PD-1), o avelumabe é o primeiro anticorpo monoclonal anti-PDL-1 a ser aprovado em RCC. Desta forma, atualmente nos EUA, existem 3 opções de tratamento contendo agentes imunoterápicos na primeira linha”. 19_Noticia75_Fig02Esta combinação atual parece ser muito semelhante à combinação de pembrolizumabe e axitinibe do ponto de vista de mecanismo de ação, pois combina um inibidor de tirosina quinase do VEGFR (axitinibe) com um inibidor de checkpoint imunológico (anti-PD-1 ou anti-PDL-1). O racional para esta combinação seria a possibilidade de aumentar a exposição ou apresentação de antígenos no microambiente tumoral e melhorar o aporte de células do sistema imunológico nos tumores. Por outro lado, a combinação de ipilimumabe e nivolumabe permanece como uma opção de tratamento apenas com inibidores de checkpoint imunológicos. Portanto, a dificuldade na seleção atual dos tratamentos vai ficar principalmente entre estas duas estratégias. A principal comparação que precisará ser feita no futuro é na proporção de pacientes vivos no longo prazo, e neste sentido precisamos de mais tempo de observação dos estudos”, conclui Dr. Fabio Schutz. Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida Veja também:

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