Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
|
Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima

O agente anti-PD-1 nivolumabe recebeu aprovação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de maio de 2022 para o tratamento adjuvante de pacientes portadores de carcinoma urotelial com alto risco de recidiva após ressecção cirúrgica.

Os dados que embasam o uso de nivolumabe nesse cenário resultam do estudo de fase III CHECKMATE-274, que randomizou 709 pacientes portadores de carcinoma urotelial de bexiga ou do trato urinário superior completamente ressecados cirurgicamente com alto risco de recorrência entre nivolumabe ou placebo por 1 ano. Foram definidos como alto risco de recorrência os tumores apresentando estádio patológico pT3, pT4 ou pN+ em pacientes não tratados com quimioterapia neoadjuvante e que não eram candidatos ou recusaram quimioterapia adjuvante baseada em cisplatina e aqueles com estádio patológico ypT2-4a ou ypN+ após quimioterapia neoadjuvante com cisplatina. O objetivo primário do estudo foi a sobrevida livre de doença (SLD) na população por intenção de tratamento (ITT) e naqueles com tumores expressando PDL-1 ≥ 1%. Foram incluídos no estudo cerca de 20% de pacientes com tumores do trato urinário superior, aproximadamente 40% da população apresentava PDL-1 ≥ 1% e próximo a 60% dos pacientes não havia recebido quimioterapia neoadjuvante.

Os resultados atualizados apresentados no congresso da AUA (American Urology Association) 2022 demonstram que na população ITT, a SLD mediana foi de 22,0 meses com nivolumabe e 10,9 meses com placebo (HR=0,70; IC de 95%: 0,57-0,85). Já naqueles com tumores PDL-1 ≥ 1%, a SLD mediana não foi alcançada no braço nivolumabe e foi de 8,4 no braço placebo (HR=0,53; IC de 95%: 0,38-075). A sobrevida livre de metástases à distância também favorece o uso de nivolumabe tanto na população ITT (HR=0,73; IC de 95%: 0,58-0,92) quando naqueles com PDL-1 ≥ 1% (HR=0,60; IC de 95%: 041-0,88). Os dados de sobrevida global ainda não são maduros. A taxa eventos adversos relacionados ao tratamento de graus ≥ 3 foi de 17,9% nos pacientes tratados com nivolumabe, destacando-se como as toxicidades mais frequentes desta graduação a elevação dos níveis de lipase e amilase, além de diarreia, colite e pneumonite.

Compartilhe

WhatsApp LogoTwitter LogoLinkedIn LogoFacebook LogoGMail Logo
Atenção: O conteúdo deste site destina-se exclusivamente a profissionais de saúde. Nunca tome medicamentos tarjados por conta própria; siga sempre as orientações de seu médico. Os autores e editores desta obra fizeram todo esforço para assegurar que as doses e as indicações dos fármacos, bem como dos procedimentos apresentados no texto, estivessem de acordo com os padrões vigentes à época da publicação. Em virtude dos constantes avanços da Medicina e de possíveis modificações regulamentares referentes aos fármacos e procedimentos apresentados, recomendamos que o usuário consulte sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificar de que as informações contidas neste site estão corretas. Isso é particularmente importante no caso de fármacos ou procedimentos novos ou pouco usados. Este site, para uso exclusivo por profissionais de saúde, é editado com objetivos educacionais, estando em conformidade com a resolução no. 097/2001 do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Responsável técnico: Dr. Antonio Carlos Buzaid, CRM-SP 45405. Nenhuma parte pode ser reproduzida ou transmitida sem a autorização dos autores. O conteúdo deste site é produzido de forma independente e autônoma, sem qualquer interferência das empresas/instituições apoiadoras ou patrocinadoras e sem que haja qualquer obrigação por parte de seus profissionais em relação à recomendação ou prescrição dos produtos/serviços eventualmente comercializados por quaisquer dessas empresas/instituições Copyright © 2025 Antonio Carlos Buzaid. Desenvolvimento: DENDRIX CNPJ 05.371.865/0001-88