Nos últimos anos, novos agentes vêm demonstrando atividade e eficácia no cenário da leucemia linfocítica crônica (LLC), diminuindo o papel da quimioterapia. Por outro lado, sabemos que no tratamento da LLC os pacientes mantêm o uso dos medicamentos por tempo prolongado, por isso é importante atentar-se aos eventos adversos, principalmente cardíacos e infecciosos. Para falar sobre os novos agentes e suas toxicidades, preparamos este importante
Vídeo-MOC, com apresentação do Dr. Phillip Scheinberg, editor do MOC-Hemato, e discussão do infectologista João Prats e da cardiologista Lara Reinel de Castro. Na fala do Dr. Phillip, o vídeo é iniciado com uma concisa apresentação sobre o panorama de tratamento da LLC recidivante, com destaque para a dificuldade de tratar esses pacientes antes da chegada de novas drogas. No tocante a esses novos agentes, Dr. Phillip segue falando sobre o uso o inibidor de BTK
ibrutinibe na segunda linha, que comparado ao tratamento com
ofatumumabe, vem demonstrando em 5 anos atividade elevada, com ganho em sobrevida livre de progressão (76%
versus 8%) e redução de risco de progressão ou morte de 90%, embora com mediana de sobrevida global não alcançada na população refratária / recaída. Os ganhos em SLP e SG com o uso de
ibrutinibe têm sido observados também na primeira linha em comparação com
clorambucil. Outra classe terapêutica que vem promovendo benefícios clínicos na leucemia linfocítica crônica recidivante é a de inibidores da apoptose, representada pelo
venetoclax. Dados do estudo fase III MURANO, apresentados na ASH 2017/2018, demonstram que o uso de
venetoclax +
rituximabe por 24 meses está associado a ganhos em SLP inclusive em pacientes com doença de maior risco, além de melhora clinicamente significativa na SG mantida após 3 anos.
“Os dados são encorajadores. Então, é importante entender os efeitos colaterais desses agentes que serão administrados por muitos anos, especialmente se utilizados também na primeira linha”,destaca do Dr. Phillip, que abre espaço para uma discussão bastante elucidativa com o Dr. João Prats e a Dra. Lara Reinel de Castro a respeito da toxicidade desses medicamentos, passando por pontos importantes, como, ajustes pelas comorbidades, eventos autoimunes (AHAI), toxicidade hematológica, neoplasia secundária, fibrilação atrial, coagulopatia e síndrome de lise tumoral.
Publicado em 21/05/2019
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