O câncer de colo de útero é uma doença de grande incidência entre pacientes do sexo feminino no cenário mundial, sendo responsável por mais de 250.000 mortes anualmente.
1 Os tratamentos para a doença avançada ou refratária, até pouco tempo atrás, eram associados a benefício bastante limitados, com a ausência de terapias capazes de promover ganho em sobrevida global na segunda linha. Este cenário se modificou com o emprego de imunoterapia para o tratamento da doença refratária, conforme demonstrado no estudo
EMPOWER-Cervical 1/GOG-3016/ENGOT-cx9. Nesse estudo de fase III, 604 pacientes com câncer de colo uterino (histologias escamosa e adenocarcinoma) previamente tratadas com quimioterapia baseada em platina associada ou não a
bevacizumabe foram randomizadas a uma razão 1:1 entre
cemiplimabe ou quimioterapia a escolha do investigador (
pemetrexede,
gencitabina,
topotecano,
irinotecano ou
vinorelbina). O tratamento com
cemiplimabe reduziu em 31% o risco de morte em comparação ao braço quimioterapia (HR=0,685; IC de 95%: 0,560-0,838; p=0,00011), com medianas de 12,0
versus 8,5 meses.
2 Dessa maneira,
cemiplimabe é a primeira terapia a promover benefício em sobrevida global no tratamento de segunda linha do câncer de colo uterino avançado. Confira neste Vídeo-MOC a Dra. Andréia Melo, oncologista, chefe da divisão de pesquisa clínica e desenvolvimento tecnológico do INCA (Instituto Nacional do Câncer) e investigadora do estudo EMPOWER-Cervical 1, apresentando o racional para o uso de
cemiplimabeneste cenário e os principais resultados do estudo, sob a moderação do Dr. Fernando C. Maluf, editor do MOC.
- CA Cancer J Clin. 2018 Nov;68(6):394-424.
- Tewari KS, Monk BJ, Vergote I, et al. EMPOWER-Cervical 1/GOG-3016/ENGOT-cx9: Interim analysis of phase 3 trial of cemiplimab vs investigator’s choice (IC) chemotherapy (chemo) in recurrent/metastatic /R/M) cervical carcinoma. ESMO Virtual Plenaries (12 e 13 Maio 2021).