As mutações do gene KRAS representam o evento genômico mais prevalente no câncer de pulmão de células não pequenas, inclusive com alta prevalência em pacientes com história de tabagismo prévio ou atual. Nesse contexto, a mutação G12C, representada pela troca da glicina pela cisteína no códon 12, pode estar presente em até 13% dos adenocarcinomas de pulmão. Apesar de representar uma alteração oncogênica driver nessa doença, até pouco tempo o tratamento dos pacientes que apresentavam essa mutação com doença avançada se baseava exclusivamente em esquemas de quimioterapia ou imunoterapia, sem a possibilidade de utilização de drogas-alvo.
Este cenário tem se modificado recentemente, com o desenvolvimento e resultados clínicos favoráveis ao uso de sotorasibe, uma molécula pequena inibidora do KRAS G12C, no tratamento do câncer de pulmão avançado. O estudo de fase II CodeBreaK100 demonstrou que o uso de sotorasibe em 124 pacientes com câncer de pulmão avançado previamente tratados se traduziu em uma taxa de resposta de 37,1%, com taxa de controle de doença de 80,6%, e duração mediana de resposta de 11,1 meses.1 Confira no Vídeo-MOC acima uma apresentação detalhada sobre o mecanismo de ação do sotorasibee os dados clínicos do estudo CodeBreaK100, apresentados pelo Dr. William N. William Jr., diretor médico da Onco-Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, seguidos de uma enriquecedora discussão sobre a pesquisa da mutação do KRAS G12C, moderada pelo Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC.