Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
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Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima

VOLUME 13 ● NÚMERO 03

ALPELISIBE: EFICÁCIA E MANEJO DO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA METASTÁTICO COM MUTAÇÃO EM PIK3CA APÓS PROGRESSÃO A TRATAMENTO ANTERIOR DE BASE ENDÓCRINA

MOC Brasil

27 de janeiro de 2022

4 min. de leitura


O tratamento de primeira linha do câncer de mama receptor hormonal positivo  metastático envolve o emprego de terapia endócrina associada a um inibidor de ciclina 4/6, dada a relevância do benefício em diferentes desfechos de sobrevida demonstrado com o uso dessa combinação em diferentes estudos clínicos. Entretanto, em caso de progressão a esse regime, o tratamento subsequente deverá levar em consideração o status de mutação somática no gene PIK3CA. Para as pacientes com mutação de PIK3CA, correspondente a cerca de 40% desta população, os resultados do estudo SOLAR-1 demonstraram que o tratamento combinado de alpelisibe (Piqray®), um inibidor de PI3K, e fulvestranto reduziu em 35% o risco de progressão de doença ou morte em comparação a placebo e fulvestranto (HR=0,65; IC de 95%: 0,50-0,85; p=0,00065). Adicionalmente, a sobrevida global foi numericamente superior no grupo que recebeu a droga alvo, sendo de 39,3 versus 31,4 meses nos braços de alpelisibe e placebo, respectivamente (HR=0,86; IC de 95%: 0,64-1,15). A diferença nas medianas de sobrevida global foi ainda maior nas pacientes com metástase hepática e pulmonar: 37,2 versus 22,8 meses (HR=0,68; IC de 95%: 0,46-1,00), favorecendo claramente o grupo que recebeu alpelisibe. No entanto, apesar dos ganhos expressivos nos desfechos de sobrevida, a incidência de eventos adversos deve ser considerada para a administração do tratamento com segurança, destacando-se dentre os eventos adversos mais comuns na combinação de alpelisibe e fulvestranto a hiperglicemia, diarreia e rash cutâneo. Particularmente no caso da hiperglicemia, esta toxicidade pode ser apresentada por até 65% das pacientes, sendo 37% dos casos de eventos graus ≥ 3.1 e 2 Diferentes estratégias podem ser utilizadas para mitigar esta toxicidade, incluindo intervenções farmacológicas, bem como modificações dietéticas e implementação de uma rotina de atividade física resistiva. Neste Vídeo-MOC, a Dra. Debora de Melo Gagliato, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresenta os dados clínicos do uso de alpelisibe no tratamento do câncer de mama avançado. Na sequência, a Dra. Ana Luísa de Castro Baccarin, oncologista clínica pós-graduada em nutrologia, faz uma revisão sobre estratégias de intervenções nutricionais e modificações de hábitos de vida que podem ter um impacto positivo na segurança do tratamento com alpelisibe. Ao final, as especialistas participam de uma discussão com o Dr. Antonio Carlos Buzaid, editor do MOC, sobre os principais pontos a serem considerados na utilização de alpelisibena prática clínica.
  1. N Engl J Med. 2019 May 16;380(20):1929-1940. 
  2. Ann Oncol. 2021 Feb;32(2):208-217.

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