A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 08 de setembro de 2025, o uso de
trastuzumabe deruxtecana (
T-DXd) para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER-2
low ou HER-2
ultralow, irressecável ou metastático, que já tenham recebido ao menos uma linha de terapia endócrina no contexto de doença metastática.
A aprovação anunciada baseou-se nos resultados do estudo de fase III
DESTINY-Breast06, que comparou o uso de
T-DXd à quimioterapia de escolha do investigador (
capecitabina,
nab-paclitaxel ou
paclitaxel) em pacientes com câncer de mama avançado ou metastático, receptor hormonal positivo (RH positivo).
No grupo HER-2
low, o estudo demonstrou uma mediana de sobrevida livre de progressão de 13,2 meses no braço
T-DXd versus 8,1 meses no braço de quimioterapia (HR=0,62; IC de 95%: 0,51-0,74; p < 0,0001). Na população por intenção de tratamento, a sobrevida livre de progressão foi igualmente superior no braço
T-DXd (13,2
versus 8,1 meses; HR=0,63; IC de 95%: 0,53-0,75; p < 0,0001). Para pacientes com doença HER-2
ultralow, a sobrevida livre de progressão mediana também favoreceu
T-DXd (13,2
versus 8,3 meses; HR=0,78; IC de 95%: 0,50-1,21). A taxa de resposta objetiva também foi significativamente maior no braço
T-DXd em comparação com a quimioterapia no grupo HER-2
low (56,5%
versus 32,2%) na população ITT (57,3%
versus 31,2%) e no grupo HER-2
ultralow (61,8%
versus 26,3%).
Na
ASCO Annual Meeting 2025 foram apresentados dados avaliando subgrupos de pacientes com mutações na via de PI3K, em ESR1 e BRCA1/2 tratados com
T-DXd e quimioterapia, demonstrando benefício consistente no uso do anticorpo conjugado a droga em todos esses subgrupos frente ao uso de quimioterapia. Eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau ocorreram em 98,8% dos pacientes tratados com
T-DXd, com 40,6% apresentando eventos de graus ≥ 3, comparado a 95,2% e 31,4% no braço de quimioterapia, respectivamente. Pneumonite foi o principal motivo de descontinuação no grupo
T-DXd (5,3%), enquanto neuropatia sensorial periférica liderou no grupo quimioterapia (1,4%).