Os desfechos alcançados no tratamento do câncer de mama HER-2 positivo localizado vêm em constante evolução, tanto pela inclusão de novas drogas nesse cenário, como também pela seleção mais específica de terapias. A escolha do tratamento anti-HER-2 para essas pacientes deve, portanto, contemplar tanto características da doença ao diagnóstico, quanto o grau de resposta patológica apresentado após o tratamento neoadjuvante. O estudo KRISTINE avaliou o uso de quimioterapia associada ao duplo bloqueio anti-HER-2
versus T-DM1 associado a
pertuzumabe como tratamento neoadjuvante na doença localizada. O regime combinado de
docetaxel,
carboplatina,
trastuzumabe e
pertuzumabe demonstrou superioridade na taxa de resposta patológica completa quando comparado ao tratamento neoadjuvante com
T-DM1 e
pertuzumabe (55,7%
versus 44,4%, p=0,016)
1. Além disso, as pacientes com resposta patológica completa tiveram menor risco de recorrência de doença invasiva (HR=0,24; IC de 95%: 0,09-0,60) em relação àquelas com presença de doença residual
2. Corroborando esses achados, uma análise combinada dos estudos HannaH, NeoSphere, TRYPHAENA, BERENICE e KRISTINE demonstra que a taxa de resposta patológica completa é superior com o uso de duplo bloqueio anti-HER-2 neoadjuvante em comparação ao uso de
trastuzumabe isolado. Adicionalmente, a manutenção do duplo bloqueio de maneira adjuvante com
pertuzumabe e
trastuzumabe também é associada a redução do risco de recorrência de doença em comparação ao uso de
trastuzumabe adjuvante em monoterapia
3. Confira neste vídeo uma discussão enriquecedora sobre esses e outros dados relevantes no tratamento do câncer de mama HER-2 positivo localizado, com apresentação do Dr. Nivaldo Farias Vieira, diretor técnico-científico da clínica ONCOHEMATOS, e moderação do Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC.
- Lancet Oncol 19:115, 2018.
- J Clin Oncol 37:2206, 2019.
- Cancer Res 80:abstr P1-18-01, 2020.