O estudo APHINITY estabeleceu o tratamento padrão-ouro no cenário adjuvante do câncer de mama HER-2 positivo de risco alto. Recentemente, na ESMO Virtual Plenary, foi apresentada uma análise atualizada dos dados do APHINITY após seguimento mediano de 8,4 anos.
De maneira sumária, neste estudo, 4.805 pacientes com câncer de mama localizado HER-2 positivo foram randomizadas para tratamento adjuvante com quimioterapia combinada a trastuzumabe associados a pertuzumabe ou placebo após cirurgia. Os resultados previamente apresentados embasaram a aprovação deste regime pelas agências regulatórias.1
Na presente análise, após um seguimento mediano de 8,4 anos, não houve diferença estatística na sobrevida global entre os braços (HR=0,83; IC de 95%: 0,68-1,02), porém destaca-se o pequeno número de eventos, com sobrevida global aos 8 anos de 92,7% e 92,0% nos braços pertuzumabe e placebo, respectivamente. Na análise da população com linfonodos positivos, há uma diferença absoluta um pouco maior na sobrevida global entre os braços (91,1% versus 89,2% aos 2 anos), porém ainda sem demonstrar significância estatística (HR=0,80; IC de 95%: 0,63-1,00). Na avaliação de sobrevida livre de doença invasiva, objetivo primário do estudo, o desfecho foi positivo na população global (HR=0,77; IC de 95%: 0,66-0,91), porém quando analisadas separadamente, o benefício ocorreu claramente na população com linfonodo positivo (HR=0,72; IC de 95%: 0,60-0,87), enquanto aquelas com linfonodos negativos não derivaram benefício do tratamento com pertuzumabe (HR=1,01; IC de 95%: 0,72-1,42). A análise de segurança cardiológica não demonstrou incremento de toxicidades, com taxa de eventos cardiológicos, insuficiência cardíaca ou morte por causa cardíaca menores de 1% em ambos os braços, apesar de haver um incremento em números absolutos naquelas tratadas com regimes contendo antraciclinas.2
Confira neste Vídeo-MOC, apresentado pelo Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC, uma revisão sobre a atualização dos dados do estudo APHINITY e o impacto dos resultados na seleção de pacientes candidatas a este regime de tratamento.
Referências: