Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
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Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima
Em 06 de agosto de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada a dordaviprone para o tratamento de pacientes adultos e pediátricos (≥ 1 ano de idade) com glioma difuso da linha média (GLM) com mutação H3 K27M, que apresentaram progressão da doença após tratamento prévio. Esta é a primeira aprovação regulatória de uma terapia sistêmica para essa mutação específica. A eficácia do dordaviprone foi avaliada com base em dados integrados de 50 pacientes adultos e pediátricos com GLM recidivado, com mutação H3 K27M, incluídos em cinco estudos clínicos abertos e não randomizados conduzidos nos Estados Unidos: ONC006 (NCT02525692), ONC013 (NCT03295396), ONC014 (NCT03416530), ONC016 (NCT05392374) e ONC018 (NCT03134131). Todos os pacientes apresentavam doença mensurável e em progressão pelos critérios de RANO-HGG e haviam recebido tratamento prévio com intervalo mínimo de 90 dias após radioterapia. Foram excluídos pacientes com glioma de ponte intrínseco difuso clássico, tumores primários da medula espinhal, histologias atípicas ou com presença de disseminação leptomeníngea. Os dados demográficos dos pacientes incluidos foram: idade mediana de 31 anos (variando de 9 a 70 anos), com 6% dos participantes tendo < 17 anos, 46% eram do sexo feminino, 72% apresentavam KPS entre 80-100%. Quanto às características relevantes da doença, 72% dos pacientes foram tratados na primeira recidiva, enquanto 28% apresentavam duas ou mais recidivas. O tumor primário estava localizado no tálamo em 52% dos casos, e em região de linha média não-talâmica em 48%, 88% receberam tratamento prévio com temozolomida, 62% faziam uso de corticosteroides na inclusão. O tempo mediano desde o término da radioterapia anterior foi de 7,4 meses. O principal desfecho de eficácia foi a taxa de resposta objetiva, alcançando taxa de 22%, com duração mediana de resposta de 10,3 meses. Entre os 11 pacientes com respostas objetivas, 73% mantiveram o benefício por ≥ 6 meses, e 27% por ≥ 12 meses. Eventos adversos graves foram observados em 33% dos pacientes que receberam dordaviprone. Entre os eventos graves que ocorreram em mais de 2% dos pacientes, destacam-se: hidrocefalia (5%), vômitos (4,3%), cefaleia (3,2%), convulsão (2,4%) e fraqueza muscular (2,1%). A descontinuação permanente do uso de devido a reventos adversos ocorreu em 2,1% dos pacientes e reduções de dose devido a eventos adversos foram reportadas em 2,7% dos pacientes. Os eventos adversos mais comuns (≥20%) incluíram: fadiga, cefaleia, vômitos, náuseas e dor musculoesquelética. As principais alterações laboratoriais de graus 3 ou 4 (≥2%) foram linfopenia, hipocalcemia e elevação de transaminases. Os dados de segurança do dordaviprone em bula incluem advertências e precauções sobre: hipersensibilidade, prolongamento do intervalo QTc e toxicidade embriofetal. A dose recomendada para adultos é de dordaviprone 625 mg, via oral, uma vez por semana. Para pacientes pediátricos, a dosagem é ajustada de acordo com o peso corporal, conforme especificado na bula do medicamento.

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