Editores da série MOC Antonio C. Buzaid - Fernando C. Maluf - Carlos H. Barrios
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Editor-convidado Caio Max S. Rocha Lima
Em 09 de setembro de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o sistema intravesical de gencitabina para o tratamento de pacientes adultos com câncer de bexiga não músculo-invasivo (CBNMI) refratário ao tratamento com Bacillus Calmette-Guérin (BCG) intravesical, apresentando componente de carcinoma in situ (CIS), com ou sem a presença de tumores papilares. O sistema intravesical de gencitabina é fornecido em conjunto com o material para sua implantação intravesical por cateterização, permitindo a liberação contínua do fármaco. CBNMI refratário a BCG com CIS foi definido como a persistência ou recidiva de CIS isolado ou associado a doença Ta/T1 dentro de 12 meses após terapia adequada com BCG. Considerou-se terapia adequada com BCG a administração mínima de pelo menos 5 das 6 doses do curso inicial de indução, além de ao menos 2 de 3 doses da terapia de manutenção ou, alternativamente, pelo menos 2 das 6 doses de um segundo curso de indução. A aprovação foi embasada na coorte 2 do estudo SunRISe-1, um ensaio clínico multicêntrico, de braço único, que incluiu 83 pacientes com CBNMI resistente a BCG com CIS, com ou sem tumores papilares, após ressecção transuretral. Os pacientes receberam o sistema intravesical de gencitabina a cada três semanas por 6 meses (8 doses), seguido de administração a cada 12 semanas por até 18 meses adicionais (6 doses), ou até progressão da doença, toxicidade limitante ou recidiva recorrente de doença de CBNMI de alto grau. A idade mediana dos pacientes foi de 71 anos, 80% eram do sexo masculino e o status funcional ECOG basal era 0 (92%) ou 1 (8%). O tipo histológico anpresentado ao início do estudo era apenas CIS em 67%, CIS com Ta de alto grau em  22% e CIS com T1 em 11%. Todos os pacientes apresentavam carcinoma urotelial predominante, incluindo 1 paciente (1,2%) com diferenciação escamosa. O número mediano de instilações prévias de BCG foi de 12. A resposta tumoral foi avaliada por cistoscopia e citologia urinária a cada 12 semanas nos primeiros 2 anos e, após esse período, pelo menos a cada 24 semanas. Biópsias obrigatórias da bexiga foram realizadas nas semanas 24 e 48. A taxa de resposta completa foi de 82%, com 51% dos pacientes apresentando a resposta por intervalo de tempo ≥ 12 meses. Eventos adversos graves foram observadas em 24% dos pacientes que receberam o tratamento. A descontinuação definitiva do tratamento devido a eventos adversos ocorreu em 7% dos pacientes. Os eventos adversos mais comuns (frequência ≥ 15%) foram: aumento da frequência urinária, infecção do trato urinário, disúria, urgência miccional, anemia, elevação de lipase, dor no trato urinário, linfopenia, hematúria, elevação da creatinina, hipercalemia, elevação de transaminases, hiponatremia e irritação vesical. A bula aprovada inclui advertências quanto ao uso em pacientes com perfuração vesical, risco de progressão para carcinoma metastático caso a cistectomia seja adiada, segurança em exames de ressonância magnética e toxicidade embriofetal.

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