Em 24 de outubro de 2025, o FDA (
Food and Drug Administration) aprovou o uso de
revumenibe para o tratamento de leucemia mieloide aguda (LMA) recidivada ou refratária com mutação suscetível no gene nucleophosmin 1 (NPM1). A indicação contempla pacientes adultos e pediátricos a partir de 1 ano de idade que não dispõem de alternativas terapêuticas satisfatórias.
A aprovação baseou-se em uma coorte do estudo multicêntrico de braço único e aberto
AUGMENT-101. A população incluída tinha idade mediana de 65 anos, com predominância de pacientes com ≥ 65 anos (50,8%), sexo feminino (60%) e 66,2% apresentavam a mutação do tipo A em NPM1. O número mediano de regimes terapêuticos prévios foi 2, sendo que 23,1% dos pacientes haviam sido submetidos previamente a transplante de células-tronco hematopoéticas.
A taxa combinada de remissão completa (RC) e RC com recuperação hematológica parcial (RCh) foi de 23,1%, com duração mediana de 4,5 meses. A taxa isolada de RC foi de 18,5% e a mediana de duração da resposta foi de 3,7 meses. Entre os 46 pacientes que eram dependentes de transfusões de hemácias e/ou plaquetas no início do estudo, 8 (17%) tornaram-se independentes em algum momento durante os 56 dias pós-tratamento. O tempo mediano para resposta entre os que atingiram RC ou RCh foi de 2,8 meses. Eventos adversos levaram à interrupção da dose em 49% dos pacientes, com destaque para prolongamento de intervalo QT, infecções, neutropenia febril, síndrome de diferenciação, náusea e hipocalemia. Reduções de dose ocorreram em 12%, e a descontinuação definitiva do tratamento foi necessária em 20%. Os eventos adversos mais frequentes (≥ 20%) incluíram alterações laboratoriais (hiperfosfatemia, aumento de transaminases, creatinina, triglicerídeos), infecções, fadiga, dor musculoesquelética, síndrome de diferenciação, distúrbios gastrointestinais e alterações eletrolíticas.
A posologia recomendada de
revumenibe é variável conforme o peso corporal do paciente e a presença concomitante de inibidores fortes de CYP3A4, exigindo ajuste individualizado conforme detalhado na bula. O medicamento está disponível para administração oral e deve ser mantido até progressão da doença ou toxicidade limitante. A bula também alerta para os riscos de síndrome de diferenciação, prolongamento do intervalo QTc com potencial para Torsades de Pointes, além de toxicidade embriofetal.